domingo, 13 de junho de 2021

PROVAS DE FOGO

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PROVAS DE FOGO

E o fogo provará qual seja a obra de cada um.

Paulo (I CORÍNTIOS, 3:13).

A indústria mecanizada dos tempos modernos muito se refere às provas de fogo para positivar a resistência de suas obras e, ponderando o feito, recordemos que o Evangelho, igualmente, se reporta a essas provas, há quase vinte séculos, com respeito às aquisições espirituais.

Escrevendo aos Coríntios, Paulo imagina os obreiros humanos construindo sobre o único fundamento, que é Jesus Cristo, organizando cada qual as próprias realizações, de conformidade com os recursos evolutivos.

Cada discípulo, entretanto, deve edificar o trabalho que lhe é peculiar, convicto de que os tempos de luta o descobrirão aos olhos de todos, para que se efetue reto juízo acerca de sua qualidade.

O aperfeiçoamento do mundo, na feição material, pode fornecer a imagem do que seja a importância dessas aferições de grande vulto. A Terra permanece cheia de fortunas, posições, valores e inteligências que não suportam as provas de fogo; mal se aproximam os movimentos purificadores, descem, precipitadamente, os degraus da miséria, da ruína, da decadência. No serviço do Cristo, também é justo que o aprendiz aguarde o momento de verificação das próprias possibilidades. O caráter, o amor, a fé, a paciência, a esperança representam conquistas para a vida eterna, realizadas pela criatura, com o auxilio santo do Mestre, mas todos os discípulos devem contar com as experiências necessárias que, no instante oportuno, lhe provarão as qualidades espirituais.

NOSSA REFLEXÃO

Todos nós, Espíritos, temos um programa único estabelecido por Deus ao nos criar: conquistarmos a felicidade ou nos tornamos Espíritos puros. Para isto, temos que passar por provas que significam agir segundo a Lei de Deus. Este caminho é um individual, pois todos somos dotados de livre arbítrio, o que nos garante a evolução por mérito moral.[1]

À medida que evoluímos, as provas vão se tornando mais ampliadas e escolhidas por nós, no sentido de conquistarmos, cada vez mais, a pureza espiritual.[2]

Isto, em outras palavras, significa o que Paulo apresentou para os Coríntios como o meio para a conquista da perfeição espiritual: o fogo que temos passar, individualmente ou coletivamente. Emmanuel traduziu o pensamento de Paulo em provas de fogo.

Faz-se necessário, aqui, fazermos uma distinção entre provas e expiações, pois vivemos num mundo de provas e expiações.[3] Há os que sofrem porque expiam faltas cometidas em vidas passadas e há aqueles que precisam se elevar e pedem uma prova (que seria uma prova de fogo) para adquirirem uma progressão espiritual.[4]

Neste processo evolutivo, devemos, então, ter cuidado com o rumo de nossos pensamentos e atos ao longo da vida, pois além de sermos influenciadores, nos deixamos influenciar: pelas tentações próprias de nossa personalidade, as quais nos comprometemos, ao encarnar, superarmos na atual existência, como prova; e pelas mentes contrárias ao nosso progresso espiritual. Se não formos firmes quanto ao que conhecemos ou passamos a conhecer com o estudo do Espiritismo, podemos cair e sermos reprovados...[5]

Que possamos passar por todas as provas de fogo que pedimos para passar e que são necessárias para a nossa evolução.

Que Deus, nossos Anjos da Guarda e Espíritos amigos nos ajudem.

Domicio.



[1]Sobre a evolução dos Espíritos, vejamos a questão de nº 115 de O Livro dos Espíritos: Dos Espíritos, uns terão sido criados bons e outros maus? “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe é que os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa à meta que lhes foi destinada. Outros só a suportam lamentando e, pela falta em que desse modo incorrem, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”

[2] Neste sentido, podemos compreender melhor, isto, acessando à questão de nº 196 de O Livro dos Espíritos: Não podendo os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das tribulações da existência corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de crisol ou de depurador, por onde têm que passar todos os seres do mundo espírita para alcançarem a perfeição? “Sim, é exatamente isso. Eles se melhoram nessas provas, evitando o mal e praticando o bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os esforços que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas, atingem a finalidade para que tendem.”

[3] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, itens 13 a 15, sobre isto.

[4] Temos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 9. “Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta.” (Grifos nossos).

[5] Convido aos leitores e leitoras a acessarem a mensagem de Emmanuel, em Fonte Viva, intitulada Fermento Espiritual e refletida por nós.

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