domingo, 30 de maio de 2021

INTERCESSÃO

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INTERCESSÃO

Irmãos, orai por nós.

Paulo (I TESSALONICENSES, 5:25).

Muitas criaturas sorriem ironicamente quando se lhes fala das orações intercessoras.

O homem habituou-se tanto ao automatismo teatral que encontra certa dificuldade no entendimento das mais profundas manifestações de espiritualidade. A prece intercessora, todavia, prossegue espalhando benefícios com os seus valores inalterados. Não é justo acreditar seja essa oração o incenso bajulatório a derramar-se na presença de um monarca terrestre a fim de obtermos certos favores.

A súplica da intercessão é dos mais belos atos de fraternidade e constitui a emissão de forças benéficas e iluminativas que, partindo do espírito sincero, vão ao objetivo visado por abençoada contribuição de conforto e energia. Isso não acontece, porém, a pretexto de obséquio, mas em consequência de leis justas. O homem custa a crer na influenciação das ondas invisíveis do pensamento, contudo, o espaço que o cerca está cheio de sons que os seus ouvidos materiais não registram; só admite o auxilio tangível, no entanto, na própria natureza física veem-se árvores venerandas que protegem e conservam ervas e arbustos, a lhes receberem as bênçãos da vida, sem lhes tocarem jamais as raízes e os troncos.

Não olvides os bens da intercessão.

Jesus orou por seus discípulos e seguidores, nas horas supremas.

NOSSA REFLEXÃO

A prece é o que mais identifica a ligação do ser com o seu Criador. Ou seja, é a essência da Religião, entendida como o meio do ser se voltar para o seu Criador. Assim, toda intervenção feita em favor do próximo se constitui uma intervenção para si mesmo. O Espírito Emmanuel, em seu livro Fonte Viva, nos lembra: “Quando conseguires superar as tuas aflições para criares a alegria dos outros, a felicidade alheia te buscará, onde estiveres, a fim de improvisar a tua ventura”.[1]

O Cristo, como Emmanuel no lembra nesta mensagem, que ora refletimos, “[...] orou por seus discípulos e seguidores, nas horas supremas”. Além disto, nos ensinou a Oração Dominical.[2]

Entretanto, é preciso que aquele que ora, saiba sobre o verdadeiro significado da prece e sua eficácia. Com essa consciência, o interventor por si ou pelo próximo qualificará o teor de sua prece[3].

O Cristo, também, se colocou, em relação a nossa humanidade, por ser o Governador planetário, como o interventor mais próximo de Deus, pela sua sintonia com o Pai.

A intercessão ou a prece é tão importante no processo evolutivo do ser humano, que Allan Kardec organizou dois capítulos sobre ela, em O Evangelho Segundo o Espiritismo: o XXVII e o XXVIII.

Assim, não olvidemos “[...] os bens da intercessão”, como nos diz Emmanuel nesta mensagem.

Que Deus no lembre.

Domício.



[1] Vide a mensagem em sua íntegra em Estímulo Fraternal, seguida de nossa reflexão.
[2] Vide dissertação de Allan Kardec sobre esta prece, além de sua ampliação conforme a Doutrina Espírita em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII, a partir do Itens 2 e 3.
[3]
Vide sobre isto em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII.

domingo, 23 de maio de 2021

A QUEM OBEDECES?

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A QUEM OBEDECES?

E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem.

Paulo (HEBREUS, 5:9).

Toda criatura obedece a alguém ou a alguma coisa.

Ninguém permanece sem objetivo.

A própria rebeldia está submetida às forças corretoras da vida.

O homem obedece a toda hora. Entretanto, se ainda não pôde definir a própria submissão por virtude construtiva, é que, não raro, atende, antes de tudo, aos impulsos baixos da natureza, resistindo ao serviço de autoelevação.

Quase sempre transforma a obediência que o salva em escravidão que o condena. O Senhor estabeleceu as gradações do caminho, instituiu a lei do próprio esforço, na aquisição dos supremos valores da vida, e determinou que o homem lhe aceitasse os desígnios para ser verdadeiramente livre, mas a criatura preferiu atender à sua condição de inferioridade e organizou o cativeiro. O discípulo necessita examinar atentamente o campo em que desenvolve a própria tarefa.

A quem obedeces? Acaso, atendes, em primeiro lugar, às vaidades humanas ou às opiniões alheias, antes de observares o conselho do Mestre divino?

É justo refletir sempre, quanto a isso, porque somente quando atendemos, em tudo, aos ensinamentos vivos de Jesus, é que podemos quebrar a escravidão do mundo em favor da libertação eterna.

NOSSA REFLEXÃO

Cada um e cada uma de nós, seres humanos, na condição de pais ou mães, desejamos e esperamos dos filhos e filhas a obediência, ou pelo menos anotações ao que lhes é orientado. Entristecemo-nos quando não somos ouvidos(as), restando a nós pedir a Deus que proteja aqueles (as) que nos foram dados (as) para ajudar em sua evolução, não esquecendo que também somos imperfeitos (as).

Emmanuel nos traz esta reflexão, baseado em Paulo (HEBREUS, 5:9). O Mestre escreveu, nos corações daqueles(as) que conviveram com Ele, o roteiro da felicidade espiritual, constituindo, para nós, como Ele mesmo orientou: “[...] o Caminho, e a Verdade, e a vida. [...]” (JOÃO, 14, 6)[1]. Paulo, assim, compreendeu e enfatizou aos Hebreus quem deveria ser a “[...] causa de eterna salvação para todos [...]”, como está grafado no caput desta mensagem de Emmanuel.

Em O Livro dos Espíritos (Questão nº 625), encontramos a mesma compreensão em relação a quem devemos seguir e obedecer se quisermos ser felizes. Allan Kardec, perguntou aos Espíritos Superiores: “Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo? A esta pergunta, a resposta foi a mais simples de todas: JESUS.

Então, temos um modelo e guia a seguir, obedecer. Sigamo-lo e obedeçamo-lo na medida de nossas forças espirituais.

Que Deus nos ajude.

Domício.

Ps: Compartilho uma poesia de L. Angel sobre a nossa compreensão a se materializar em pensamentos e atos.

JESUS: O SENHOR, MESTRE E CONSOLADOR

L. Angel

Jesus, a Inocência.

Cristo, o Mestre.
Messias, a Esperança da Divina Complacência.
Nosso Irmão, o Professor das aulas campestres.

“Eu não vim trazer a paz, mas a espada”,
Disse a Luz do mundo,
Significando a repercussão de Suas ideias ditadas,
Nesse planeta de ideário moral não fecundo.

Na Vinha do Senhor,
Não trabalha qualquer filho Seu.
Precisa estar de mãos limpas, sem amargor,
Como Paulo, um trabalhador digno das maravilhas de Deus.

Que sejamos os trabalhadores fiéis da última hora.
Discípulos convictos continuadores de Sua obra.
Unidos e instruídos, pois a Regeneração não demora.
Para isso o século não dobra.

Jesus, és a luz que nos guia.
CAMINHO iluminado.
A VERDADE que não temos aceitado.
Cristo, tu és a VIDA que não se adia.

[1] O Mestre, compreendendo nossa ignorância, prometeu o Consolador que nos lembraria tudo que tinha dito, de maneira mais compreensiva. Temos isto em (João, 14:15 a 17 e 26). Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, temos a interpretação desta passagem evangélica, além de mensagens do próprio Cristo, assinando como O Espírito de Verdade. Vide em especial o Item 3 deste Capítulo (passagem evangélica e interpretação de A. Kardec).

domingo, 16 de maio de 2021

PENSAMENTOS

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PENSAMENTOS

Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.

Paulo (FILIPENSES, 4:8).

Todas as obras humanas constituem a resultante do pensamento das criaturas. O mal e o bem, o feio e o belo viveram, antes de tudo, na fonte mental que os produziu, nos movimentos incessantes da vida.

O Evangelho consubstancia o roteiro generoso para que a mente do homem se renove nos caminhos da espiritualidade superior, proclamando a necessidade de semelhante transformação, rumo aos planos mais altos. Não será tão somente com os primores intelectuais da Filosofia que o discípulo iniciará seus esforços em realização desse teor. Renovar pensamentos não é tão fácil como parece à primeira vista. Demanda muita capacidade de renúncia e profunda dominação de si mesmo, qualidades que o homem não consegue alcançar sem trabalho e sacrifício do coração. É por isso que muitos servidores modificam expressões verbais, julgando que refundiram pensamentos. Todavia, no instante de recapitular, pela repetição das circunstâncias, as experiências redentoras, encontram, de novo, análogas perturbações, porque os obstáculos e as sombras permanecem na mente, quais fantasmas ocultos.

Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção.

O conselho de Paulo aos filipenses apresenta sublime conteúdo. Os discípulos que puderem compreender-lhe a essência profunda, buscando ver o lado verdadeiro, honesto, justo, puro e amável de todas as coisas, cultivando-o, em cada dia, terão encontrado a divina equação.

NOSSA REFLEXÃO

O pensamento é a origem de nossas ações concretas na relação com a natureza e os semelhantes. Todo pensamento, causado por uma sensação, memória, vontade, deve ser acolhido com sentimento questionador de quem quer manter uma padrão mínimo de pureza espiritual. Somos o que pensamos, mas com a possibilidade de modificação do pensar no sentido de sermos cada vez mais evangelizados. No que diz respeito aos pensamentos maus, A. Kardec nos esclarece sobre a importância do seu surgimento em nossa mente:

Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha.[1]

Assim, por sabermos que o pensamento é origem de nossa linguagem, quando nos relacionarmos com aqueles com quem convivemos ou repreendemos/criticamos, mesmo sem conhecê-los, ao nos manifestar nas redes sociais, devemos moldar a nossa linguagem para, como nos diz Paulo (TITO, 2 :8), nosso adversário não ter "[...] nenhum mal que dizer de nós”.[2]

Todas e todos têm consciência que, muitas vezes, quando falamos e de modo áspero com uma pessoa, o falar, do modo como é expresso, vem sendo materializado no recôndito do ser há muito tempo, sem uma devida lapidação moral. E quando surge a oportunidade, há um transbordamento de palavras recheadas de uma animosidade que faz tanto mal a quem fala, como a quem ouve. Depois, o arrependimento chega, pois às vezes falamos, deste modo, com quem queremos bem. Emmanuel ressalta este movimento espiritual, nesta mensagem, ora refletida: “Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção”.

Que o nosso falar seja sempre resultado de movimento reflexivo e evangélico. Se a oportunidade, uma provocação, surge num momento inesperado, como sempre é, que tenhamos o freio para pensarmos com calma as nossas observações. Se a sensação causada pelo o outro não é dolorosa, falaremos com compreensão. Caso contrário, melhor responder em outro momento ou, com muito esforço cristão, falar o mínimo possível, pois com certeza, esse esforço será móvel para uma fala superior, que traduz uma influência espiritual benéfica.

Que Deus nos ajude.

Domício.

 

Ps.: Compartilhamos os versos abaixo por entendermos que estão sintonizados com o nosso refletir de hoje, a partir da mensagem de Emmanuel.

A BENFAZEJA PALAVRA
L. ANGEL   26/08/2010

A Palavra,
Escrita ou falada,
É instrumento da boa obra
Ou da mente desalmada.

A humanidade
Que se manifesta pela palavra
Reflete a humildade
Da alma que cultiva a boa lavra.

Seja Ela a materialização da linguagem,
Que brota compulsivamente
Pelos escaninhos da mente
Numa boa mensagem.

Seja Ela a consolação,
O afeto de quem ama,
O esclarecimento que pela mão derrama
Ou a fala do Amor em ação.

 

PASSOS DO SER ESPIRITUAL
L. Angel    28/12/2020

O coração inspira.
Eis o início do pensar.
Pode ser amor ou ira.
A razão de acolher ou matar.
O cérebro pensa.
Eis o início da razão.
Antes que o ódio vença,
Dominemos o interior alazão.
As mãos realizam.
Eis o início da pureza espiritual.
Todos, assim, iniciam
A subida divinal.

Espírito Emmanuel (Chico Xavier)
FONTE VIVA (Reparemos as mãos) – As frases em cor foram extraídas do livro Fonte Viva.


[1] Vide Item 7, do Cap. VIII de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[2]
Vide mensagem (de título Linguagem) do Espírito Emmanuel (Chico Xavier – Fonte Viva), com nossa reflexão em Linguagem.

domingo, 9 de maio de 2021

PÁGINAS

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PÁGINAS

Mas a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.

Tiago (3:17).

Toda página escrita tem alma e o crente necessita auscultar-lhe a natureza. O exame sincero esclarecerá imediatamente a que esfera pertence, no círculo de atividade destruidora no mundo ou no centro dos esforços de edificação para a vida espiritual.

Primeiramente, o leitor amigo da verdade e do bem analisar-lhe-á as linhas, para ajuizar da pureza do seu conteúdo, compreendendo que, se as suas expressões foram nascidas de fontes superiores, aí encontrará os sinais inequívocos da paz, da moderação, da afabilidade fraternal, da compreensão amorosa e dos bons frutos, enfim.

Mas, se a página reflete os venenos sutis da parcialidade humana, semelhante mensagem do pensamento não procede das esferas mais nobres da vida. Ainda que se origine da ação dos Espíritos desencarnados, supostamente superiores, a folha que não faça benefício em harmonia e construção fraternal é, apenas, reflexo de condições inferiores.

Examina, pois, as páginas de teu contato com o pensamento alheio, diariamente, e faze companhia àquelas que te desejam elevação. Não precisas das que se te figurem mais brilhantes, mas daquelas que te façam melhor.

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel, a partir da exortação de Tiago, nos lembra que toda mensagem proveniente, seja do plano físico, como do espiritual, deve passar pelo escrutínio da razão. Ou seja, toda mensagem, vale, mas nem todas são boas para o leitor. Quando não vale, serve para aprimoramos a nossa sintonia, seletividade sobre o que nos chega.

Até numa bela página, podemos encontrar contradições morais que só é possível detectar se estivermos formados para essa detecção. Quando A. Kardec se dispôs a colaborar na obra consoladora, ele não sabia, de memória, a Doutrina dos Espíritos. Então, ele utilizou do método da universalidade do conhecimento, recebendo de várias partes do mundo, respostas a uma mesma pergunta. Deste trabalho surgiu a Doutrina dos Espíritos ou o Espiritismo. E Doutrina foi reunida, basicamente, em 5 livros, vulgarmente denominado de Pentateuco Espírita.[1]

Como, então reconhecer a elevação de uma página espiritual? Em se tratando de páginas provenientes do plano espiritual, temos uma maneira de verificar, conforme orientação de Allan Kardec:

O Espiritismo revela outra categoria bem mais perigosa de falsos cristos e de falsos profetas, que se encontram, não entre os homens, mas entre os desencarnados: a dos Espíritos enganadores, hipócritas, orgulhosos e pseudossábios, que passaram da Terra para a erraticidade e tomam nomes venerados para, sob a máscara de que se cobrem, facilitarem a aceitação das mais singulares e absurdas ideias. [...] O Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los, apontando os caracteres pelos quais se reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca materiais. É à maneira de se distinguirem dos maus os bons Espíritos que, principalmente, podem aplicar-se estas palavras de Jesus: “Pelo fruto é que se reconhece a qualidade da árvore; uma árvore boa não pode produzir maus frutos, e uma árvore má não os pode produzir bons.” Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como uma árvore pela qualidade dos seus frutos.[2]

Com relação às oriundas do plano físico, ou seja, de Espíritos encarnados, ratifica-se a última frase da citação anterior: “[...] Julgam-se os Espíritos pela qualidade de suas obras, como uma árvore pela qualidade dos seus frutos”.

Se é uma página mediúnica, não oriunda de um grupo espírita conhecido e idôneo, o crivo, além do Pentateuco Espírita, se dá pelas obras do médium receptor da mensagem. Neste caso, um Espírito encarnado, assessorado por um Espírito desencarnado, que pode ser um impostor.

De maneira geral, não nos esquecemos da exortação final de Emmanuel, nesta página, ora refletida. “Examina, pois, as páginas de teu contato com o pensamento alheio, diariamente, e faze companhia àquelas que te desejam elevação. Não precisas das que se te figurem mais brilhantes, mas daquelas que te façam melhor”. Isto pode ser configurado, ao nível das nossas relações pessoais, seja com Espíritos encarnados ou desencarnados (neste caso, não necessariamente em uma reunião mediúnica). No caso dos desencarnados, podemos estar tendo uma influenciação espiritual, má ou boa[3].

Estejamos, assim, em estado de alerta para fazer o reconhecimento de qualquer página chegada até nós e escolhamos as melhores que podem nos fazer melhores.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] O Livro dos Espíritos (1857), O Livro dos Médiuns (1861), O Evangelho Segundo o Espiritismo (1864), O Céu e o Inferno (1865) e A Gênese (1868). Esta obras foram complementadas pelas seguintes outras: Obras Póstumas (1890), O que é o Espiritismo (1859) e a Revista Espírita.
[2] Vide Item 7, na íntegra, do Cap. XXI de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[3]
Vide “Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal” em O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, Capítulo IX.

domingo, 2 de maio de 2021

ESTAÇÕES NECESSÁRIAS

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ESTAÇÕES NECESSÁRIAS

Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.

Atos (3:19).

Os crentes inquietos quase sempre admitem que o trabalho de redenção se processa em algumas providências convencionais e que apenas com certa atividade externa já se encontram de posse dos títulos mais elevados, junto aos mensageiros divinos.

A maioria dos católicos romanos pretende a isenção das dificuldades com as cerimônias exteriores; muitos protestantes acreditam na plena identificação com o Céu tão só pela enunciação de alguns hinos, enquanto enorme percentagem de espiritistas se crê na intimidade de supremas revelações apenas pelo fato de haver frequentado algumas sessões.

Tudo isto constitui preparação valiosa, mas não é tudo.

Há um esforço iluminativo para o interior, sem o qual homem algum penetrará o santuário da Verdade divina.

A palavra de Pedro à massa popular contém a síntese do vasto programa de transformação essencial a que toda criatura se submeterá para a felicidade da união com o Cristo. estações indispensáveis para a realização, porquanto ninguém atingirá de vez a eterna claridade da culminância.

Antes de tudo, é imprescindível que o culpado se arrependa, reconhecendo a extensão e o volume das próprias faltas e que se converta, a fim de alcançar a época de refrigério pela presença do Senhor nele próprio. Aí chegado, habilitar-se-á para a construção do Reino Divino em si mesmo.

Se, realmente, já compreendes a missão do Evangelho, identificarás a estação em que te encontras e estarás informado quanto aos serviços que deves levar a efeito para demandar a seguinte.

NOSSA REFLEXÃO

A questão da culpa nos aflige. A consciência de uma falta cometida é pesarosa. O arrependimento é um passo para a redenção ou remissão dos pecados. Mas, devemos ter a consciência de reparar qualquer prejuízo causado pelas nossas faltas.

Como nos esclarece os Espíritos Superiores da Codificação, em resposta à pergunta de nº 999, de O Livro dos Espíritos, “o arrependimento concorre para a melhoria do Espírito, mas ele tem que expiar o seu passado.”[1]

Em o Evangelho Segundo o Espiritismo, Eles nos esclarecem: “Desde que o culpado clame por misericórdia, Deus o ouve e lhe concede a esperança. Mas não basta o simples pesar do mal causado; é necessária a reparação [...]”.[2] E acrescentando a estas claridades, à questão 1002 de O Livro dos Espíritos, ratificam: “O arrependimento lhe apressa a reabilitação, mas não o absolve. Diante dele não se desdobra o futuro, que jamais se lhe tranca?”[3]

Então, precisamos, num processo de mudança (conversão aos princípios cristãos), já se colocando a disposição para o bem, dar sequência à nossa vida, com a consciência que a evolução não dá saltos. Precisamos nos perdoar, primeiro, e aceitar e aproveitar as oportunidades de reparação.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Questão nº 999 - “Basta o arrependimento durante a vida para que as faltas do Espírito se apaguem e ele ache graça diante de Deus? (O Livro dos Espíritos, Parte Quarta – Capítulo II).
[2] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII, Da prece pelos mortos e pelos Espíritos sofredores, Item 21.
[3]
Questão 1002 – “Que deve fazer aquele que, em artigo de morte, reconhece suas faltas, quando já não tem tempo de as reparar? Basta-lhe nesse caso arrepender-se? (O Livro dos Espíritos, Parte Quarta – Capítulo II).