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SALÁRIOS
E contentai-vos com
o vosso soldo.João Batista (LUCAS, 3:14).
A resposta de João Batista aos soldados,
que lhe rogavam esclarecimentos, é modelo de concisão e de bom senso.
Muita gente se perde através de
inextricáveis labirintos, em virtude da compreensão deficiente acerca dos
problemas de remuneração na vida comum.
Operários existem que reclamam salários
devidos a ministros, sem cogitarem das graves responsabilidades que, não raro,
convertem os administradores do mundo em vítimas da inquietação e da insônia,
quando não seja em mártires de representações e banquetes.
Há homens cultos que vendem a paz do lar
em troca da dilatação de vencimentos.
Inúmeras pessoas seguem, da mocidade à
velhice do corpo, ansiosas e descrentes, enfermas e aflitas, por não se conformarem com os ordenados mensais que as
circunstâncias do caminho humano lhes assinalam, dentro dos imperscrutáveis
Desígnios.
Não é por demasia de remuneração que a
criatura se integrará nos quadros divinos.
Se um homem permanece consciente quanto
aos deveres que lhe competem, quanto mais altamente pago, estará mais intranquilo.
Desde muito, esclarece a filosofia popular
que para a grande nau surgirá a grande tormenta. Contentar-se cada servidor com
o próprio salário é prova de elevada compreensão, ante a justiça do
Todo-Poderoso.
Antes, pois, de analisar o pagamento da Terra,
habitua-te a valorizar as concessões do Céu.
NOSSA REFLEXÃO
Eis uma questão que afeta a todos os
trabalhadores e trabalhadoras. Somos todos merecedores do salário acordado em
um contrato de trabalho e, condizentes com as leis trabalhistas, merecedores de
reajustes condizentes com a desvalorização da moeda num determinado período.
Emmanuel nos aconselha a não nos
agastarmos com as diferenças salariais e salários cada vez maiores. Também,
neste contexto, é bom levarmos em conta que o salário é fruto do trabalho
contratado[1]
e que pode, sim, ser elevado de acordo com o merecimento relativo à carreira
profissional dentro de um dispositivo legal, já existente e conhecido ou não pelo
novo trabalhador. O que não devemos é invejar os salários dos outros sem ter
merecimento de tê-lo.
É importante também reiterar que somos usufrutuários
do salário que recebemos e que devemos fazer uso dele de modo a não decepcionar
Aquele que nos proporcionou a oportunidade de ter direito a ele. Pois é certo
que seremos cobrados pelo uso dele.
Emmanuel também nos faz pensar: “Antes,
pois, de analisar o pagamento da Terra, habitua-te a valorizar as concessões do
Céu”. Aqui, devemos nos conscientizar que o trabalho que exercemos e o salário
correspondente constituem também concessões do Céu, salvo ações delituosas de nossa
parte para “merecê-los”. Isto é, toda concessão do Céu é a resposta de Deus ao
nosso merecimento ou necessidade espiritual[2].
Que tenhamos consciência do merecimento de
nosso salário e que o gastemos com justiça e sabedoria.
Que possamos também trabalhar para que a
sociedade seja cada mais justa e proporcione trabalho para todos e todas, bem
como supra as necessidades daqueles que porventura estão sem trabalho
assalariado (vide questão nº 685 de O Livro dos Espíritos).
Que Deus nos ajude.
Domício.
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