domingo, 14 de fevereiro de 2021

PENSA UM POUCO

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PENSA UM POUCO

As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim.

Jesus (JOÃO, 10:25).

É vulgar a preocupação do homem comum, relativamente às tradições familiares e aos institutos terrestres a que se prende, nominalmente, exaltando-­se nos títulos convencionais que lhe identificam a personalidade.

Entretanto, na vida verdadeira, criatura alguma é conhecida por  semelhantes processos. Cada Espírito traz consigo a história viva dos próprios feitos e somente as obras efetuadas dão a conhecer o valor ou o demérito de cada um.

Com o enunciado, não desejamos afirmar que a palavra esteja desprovida  de suas vantagens indiscutíveis; todavia, é necessário compreender-­se que o verbo é também profundo potencial recebido da infinita Bondade, como recurso divino, tornando-­se indispensável saber o que estamos realizando com esse dom do Senhor Eterno.

A afirmativa de Jesus, nesse particular, reveste-­se de imperecível beleza.

Que diríamos de um Salvador que estatuísse regras para a Humanidade, sem partilhar­-lhe as dificuldades e impedimentos?

O Cristo iniciou a missão divina entre homens do campo, viveu entre doutores irritados e pecadores rebeldes, uniu-­se a doentes e aflitos, comeu o duro pão dos pescadores humildes e terminou a tarefa santa entre dois ladrões.

Que mais desejas? Se aguardas vida fácil e situações de evidência no mundo, lembra­-te do Mestre e pensa um pouco.

NOSSA REFLEXÃO

Esta mensagem é um convite à humildade, mesmo que tenhamos uma história de sucesso profissional e/ou pessoal na seara cristã. Os títulos obtidos pelo esforço pessoal, mas apoiado pelo mundo espiritual ou reconhecimento que venhamos a obter da nossa história de vida em prol do bem social não deve servir de motivo para nos sentir grandes em relação aos irmãos e irmãs de jornada terrestre[1].

O ponto de vista[2] de como vemos a nossa reencarnação é que fará diferença ao voltarmos para o plano espiritual. Portanto, para além de nossos triunfos pessoais, é importante pensar (um pouco mais – parafraseando Emmanuel) se de fato conseguimos fazer o melhor de nós, primeiramente em favor de nós mesmo, ois devemos estar bem para ajudar o próximo, e concomitantemente para com o próximo, pois, se o Cristo que fez tudo para atingir a comunhão perfeita com Deus (tornou-se Espírito Puro[3]) e foi imolado na cruz depois da maior e grandiosa missão na Terra, que podemos dizer de nós, projetos de discípulos Dele?

A luta diária contra as nossas limitações espirituais é árdua e por isso nossa evolução é lenta. Contudo, devemos nos constranger com o Amor do Cristo[4] no dia a dia de nossas vidas para não nos iludirmos com as vitórias pessoais, mesmo bastante suadas e com a ajuda dos bons Espíritos.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Segundo A. Kardec ao elencar as características de um pessoa de bem, anota, dentre várias, esta: “Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros. Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.
[2] Vide Cap. II, item 4 de O Evangelho Segundo o Espiritismo para maiores reflexões.
[3] Questão nº 244 (O Livro dos Espíritos) – Os Espíritos veem a Deus? “Só os Espíritos superiores o veem e compreendem. Os inferiores o sentem e adivinham.”
[4]
Vide a mensagem Quando há luz, de Emmanuel, refletida por nós.

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