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COMO TESTEMUNHAR
Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir sobre
vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria,
e até aos confins da Terra.
ATOS
(1:8).
Realmente,
Jesus é o Salvador do Mundo, mas não libertará a Terra do império do mal, sem a
contribuição daqueles que lhe procuram os recursos salvadores.
O divino
Mestre, portanto, precisa de auxiliares com atribuições de prepostos e
testemunhas, em toda parte.
É
impraticável o aprimoramento das almas, sem educação, e a educação exige
legiões de cooperadores.
Contudo,
para desempenharmos a tarefa de representantes do Senhor, na obra sublime de
elevação, não basta o título externo, com vistas à escola religiosa.
Indispensável
é a obtenção de bênçãos do Alto, por intermédio da execução de nossos deveres,
por mais difíceis e dolorosos.
Até
agora, conhecemos à saciedade, na Terra, o poder de dominar, governar, recusar
e ferir, de fácil acesso no campo da vida.
Raras
criaturas, porém, fazem por merecer de Jesus o poder celeste de obedecer,
ensinando, de amar, construindo para o bem, de esperar, trabalhando, de ajudar
desinteressadamente. Sem a recepção de semelhantes recursos, que nos
identificam com o Trabalhador divino, e sem as possibilidades de refleti-lo
para o próximo, em espírito e verdade, através do nosso esforço constante de
aplicação pessoal do Evangelho, podemos personificar excelentes pregadores,
brilhantes literatos ou notáveis simpatizantes da doutrina cristã, mas não
testemunhas dele.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel nos lembra do
maior trabalhador de Deus no nosso planeta e exalta que devemos, de fato,
sermos suas testemunhas, como ele orientou ainda com os seus primeiros
discípulos.
Devemos ser exemplos do
que transmitimos. Ou seja, é melhor que quem cruza o nosso caminho nos conheça por
atos cristãos e confirmemos com a divulgação da Doutrina que nos orienta a praticarmos
o que as pessoas vêem.
Se tivemos encarnados
em nosso planeta um ser que nos ensinou a sermos caridosos, na mais pura e
significativa concepção da palavra caridade[1],
temos um exemplo a seguir. Nosso objetivo é nos tornar, também, um trabalhador
divino.
Os Espíritos Superiores
nos interpretaram a parábola do Trabalhador da última hora (Mateus,
20:1 a 16) na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, de autoria de Allan Kardec. Constantino,
Espírito Protetor, ainda nos estimula, espíritas, como possíveis trabalhadores
da última hora:
Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade.[2]
No entanto, esse papel
deve ser de toda pessoa cristã que se identifica com a Doutrina do Cristo. Mas vejamos
o estímulo que o Espírito Erasto deu aos espíritas, identificados com o Consolador Prometido por Jesus Cristo, a 3ª
Revelação e de último modo, a Doutrina Espírita:
[...] ides pregar o novo dogma da reencarnação e da elevação dos Espíritos, conforme tenham cumprido, bem ou mal, suas missões e suportado suas provas terrestres. Não mais vos assusteis! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças. Ó verdadeiros adeptos do Espiritismo!... sois os escolhidos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que deveis sacrificar à sua propagação os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas ocupações fúteis. Ide e pregai. Convosco estão os Espíritos elevados. Certamente falareis a criaturas que não quererão escutar a voz de Deus, porque essa voz as exorta incessantemente à abnegação. Pregareis o desinteresse aos avaros, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos, como aos déspotas! Palavras perdidas, eu o sei; mas não importa. Faz-se mister regueis com os vossos suores o terreno onde tendes de semear, porquanto ele não frutificará e não produzirá senão sob os reiterados golpes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai![3]
Desse modo, o Espírito
Erasto nos ratifica a orientação do Mestre, grafada no caput dessa mensagem de
Emmanuel, que ora refletimos, a sermos testemunha dele e nos convida a sermos disseminadores
da Doutrina Espírita, sem esquecer que não estaremos sozinhos.
Mas reafirmamos que a
divulgação deve ser precedida de atos espíritas cristãos. O Mestre voltou para
nos lembrar disso sob a identificação de Espírito de Verdade. E Ele nos
estimula, também:
Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra! [...] Deus procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o salário dos servidores animosos, pois aos que não recuarem diante de suas tarefas é que Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: “Os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros no Reino dos Céus.[4]
Então, que sejamos testemunhas
do Cristo em atos e palavras, divulgando assim sua Boa Nova.
Que Deus nos ajude.
Domício.
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