domingo, 3 de março de 2024

É O MESMO

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É O MESMO

Pois o mesmo Pai vos ama.

Jesus (JOÃO, 16:27).

Ninguém despreze os valores da confiança.

Servo algum fuja ao benefício da cooperação. Quem hoje pode dar algo de útil, precisará possivelmente amanhã de alguma colaboração essencial.

Todavia, por enriquecer-se alguém de fraternidade e fé, não olvide a necessidade do desenvolvimento infinito no bem.

Os obreiros sinceros do Evangelho devem operar contra o favoritismo pernicioso.

A lavoura divina não possui privilegiados. Em suas seções numerosas há trabalhadores mais devotados e mais fiéis; contudo, esses não devem ser categorizados à conta de fetiches e, sim, respeitados e imitados por símbolos de lealdade e serviço.

Criar ídolos humanos é pior que levantar estátuas destinadas à adoração. O mármore é impassível mas o companheiro é nosso próximo de cuja condição ninguém deveria abusar.

Pague cada homem o tributo de esforço próprio à vida.

O Supremo Senhor espera de nós apenas isto, a fim de converter-nos em colaboradores diretos.

O próprio Cristo afirmou que o mesmo Pai que o distingue ama igualmente a Humanidade.

O Deus que inspira o médico é o que ampara o doente.

Não importa que asiáticos e europeus o designem sob nomes diferentes. Invariavelmente é o mesmo Pai.

Conservemos, pois, a luz da consolação, a bênção do concurso fraterno, a confiança em nossos Maiores e a certeza na proteção deles; contudo, não olvidemos o dever natural de seguir para o Alto, utilizando os próprios pés.

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel nos chama a atenção para que sejamos determinados em lutar pela própria evolução, mesmo que aqui e ali, possamos precisar da ajuda de companheiros e companheiras.

Ninguém evolui sozinho. Conforme os Espíritos Superiores, que colaboraram, em equipe, na codificação da Doutrina Espírita, “a vida social está na natureza (Livro dos Espíritos (LE), questão 766). Vejamos como eles se pronunciaram a respeito:

LE Q 766 – A vida social está na Natureza? Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação.

LE Q 767. É contrário à Lei da Natureza o insulamento absoluto? Sem dúvida, pois que por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente.[1]

 

Então, é natural recorremos a outrem quando um problema ocorre em nossa vida, pois há uma diversidade de especialistas que se desenvolveram por afinidade com uma atividade acadêmica, social, política, médica, etc, que podem nos ajudar, como, da nossa vez, podemos ajudar as pessoas que nos procuram pela nossa especialidade.

Mas acima de todos, que podem ter mais conhecimentos ou bens materiais, Emmanuel nos lembra, baseado em Paulo, o Apóstolo, que temos o mesmo Pai que espera o desenvolvimento de nossa autonomia. Pois, segundo Emmanuel, nesta mensagem que ora refletimos: “Pague cada homem o tributo de esforço próprio à vida”.

Sim, o Pai ou criador do universo é único. Conforme os Espíritos Superiores em O Livro dos Espíritos, em resposta à A. Kardec, (primeira pergunta desse livro), afirmaram: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (grifos nossos).[2]

Por Sua vontade, quando do nosso planejamento reencarnatório, somos instruídos às nossas necessidade evolutivas. Nós mesmos entendemos em que precisamos melhorar. Daí, a possibilidade de escolhermos nossas provas e expiações.

Sobre isso, vejamos as respostas dos Espíritos Superiores às perguntas de A. Kardec sobre tema:

LE Q 258. Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? Ele próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu livre-arbítrio.

a) Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo? Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ide agora perguntar por que decretou Ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a Bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi malfeito. Ademais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da vontade do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.[3]

Desse modo, que possamos, usando de nossa vigilância, vencer as provas escolhidas e superar, com resignação, as expiações necessárias que escolhemos pelos nossos atos passados, pela ignorância da vida futura. Tudo isso, com a crença de, apesar de termos escolhido conscientemente ou não, e por esquecermos as vidas passadas ao reencarnar[4], não somos largados a própria sorte. Temos nosso Anjo da Guarda e Espíritos Familiares[5] que nos assistem.

Que Deus nos ajude.

Domício.



[1] Vide em O Livro dos Espíritos, Parte Terceira (Das Leis Morais) – Capítulo VII (Da Lei de Sociedade: Necessidade da vida social), questões 766, 767 e seguintes.
[2] Vide em O Livro dos Espíritos, Parte Primeira (Das causas primárias: Deus e o infinito) – Capítulo I (De Deus), questão 1.
[3] Vide em O Livro dos Espíritos, Parte Segunda (Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos) – Capítulo VI (Da Vida Espírita: Escolha das provas), questão 258.
[4] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V (Bem-aventurados os aflitos), Item 11.
[5] Vide em O Livro dos Espíritos, Parte Segunda (Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos) – Capítulo IX (Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal: Anjos da guarda. Espíritos protetores, familiares ou simpáticos), questões 489 e seguintes.

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