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É O MESMO
Pois o mesmo Pai vos ama.
Jesus (JOÃO, 16:27).
Ninguém
despreze os valores da confiança.
Servo
algum fuja ao benefício da cooperação. Quem hoje pode dar algo de útil,
precisará possivelmente amanhã de alguma colaboração essencial.
Todavia,
por enriquecer-se alguém de fraternidade e fé, não olvide a necessidade do
desenvolvimento infinito no bem.
Os
obreiros sinceros do Evangelho devem operar contra o favoritismo pernicioso.
A
lavoura divina não possui privilegiados. Em suas seções numerosas há
trabalhadores mais devotados e mais fiéis; contudo, esses não devem ser
categorizados à conta de fetiches e, sim, respeitados e imitados por símbolos
de lealdade e serviço.
Criar
ídolos humanos é pior que levantar estátuas destinadas à adoração. O mármore é
impassível mas o companheiro é nosso próximo de cuja condição ninguém deveria
abusar.
Pague
cada homem o tributo de esforço próprio à vida.
O
Supremo Senhor espera de nós apenas isto, a fim de converter-nos em
colaboradores diretos.
O
próprio Cristo afirmou que o mesmo Pai que o distingue ama igualmente a Humanidade.
O
Deus que inspira o médico é o que ampara o doente.
Não
importa que asiáticos e europeus o designem sob nomes diferentes.
Invariavelmente é o mesmo Pai.
Conservemos,
pois, a luz da consolação, a bênção do concurso fraterno, a confiança em nossos
Maiores e a certeza na proteção deles; contudo, não olvidemos o dever natural
de seguir para o Alto, utilizando os próprios pés.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel nos chama a
atenção para que sejamos determinados em lutar pela própria evolução, mesmo que
aqui e ali, possamos precisar da ajuda de companheiros e companheiras.
Ninguém evolui sozinho.
Conforme os Espíritos Superiores, que colaboraram, em equipe, na codificação da
Doutrina Espírita, “a vida social está na natureza (Livro dos Espíritos (LE),
questão 766). Vejamos como eles se pronunciaram a respeito:
LE Q 766 –
A vida social está na Natureza? Certamente. Deus fez o homem para viver em
sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades
necessárias à vida de relação.
LE Q 767.
É contrário à Lei da Natureza o insulamento absoluto? Sem dúvida, pois que
por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para o
progresso, auxiliando-se mutuamente.[1]
Então, é natural
recorremos a outrem quando um problema ocorre em nossa vida, pois há uma
diversidade de especialistas que se desenvolveram por afinidade com uma atividade
acadêmica, social, política, médica, etc, que podem nos ajudar, como, da nossa
vez, podemos ajudar as pessoas que nos procuram pela nossa especialidade.
Mas acima de todos, que
podem ter mais conhecimentos ou bens materiais, Emmanuel nos lembra, baseado em
Paulo, o Apóstolo, que temos o mesmo Pai que espera o desenvolvimento de nossa
autonomia. Pois, segundo Emmanuel, nesta mensagem que ora refletimos: “Pague cada homem o tributo de esforço próprio à vida”.
Sim, o Pai ou criador
do universo é único. Conforme os Espíritos Superiores em O Livro dos Espíritos,
em resposta à A. Kardec, (primeira pergunta desse livro), afirmaram: “Deus é a
inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (grifos
nossos).[2]
Por Sua vontade, quando
do nosso planejamento reencarnatório, somos instruídos às nossas necessidade
evolutivas. Nós mesmos entendemos em que precisamos melhorar. Daí, a
possibilidade de escolhermos nossas provas e expiações.
Sobre isso, vejamos as
respostas dos Espíritos Superiores às perguntas de A. Kardec sobre tema:
LE Q 258.
Quando na erraticidade, antes de começar nova existência corporal, tem o
Espírito consciência e previsão do que lhe sucederá no curso da vida terrena? Ele
próprio escolhe o gênero de provas por que há de passar e nisso consiste o seu
livre-arbítrio.
a) Não é Deus, então, quem lhe impõe as tribulações da vida, como castigo? Nada ocorre sem a permissão de Deus, porquanto foi Deus quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Ide agora perguntar por que decretou Ele esta lei e não aquela. Dando ao Espírito a liberdade de escolher, Deus lhe deixa a inteira responsabilidade de seus atos e das consequências que estes tiverem. Nada lhe estorva o futuro; abertos se lhe acham, assim, o caminho do bem, como o do mal. Se vier a sucumbir, restar-lhe-á a consolação de que nem tudo se lhe acabou e que a Bondade divina lhe concede a liberdade de recomeçar o que foi malfeito. Ademais, cumpre se distinga o que é obra da vontade de Deus do que o é da vontade do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós quem o criou e sim Deus. Vosso, porém, foi o desejo de a ele vos expordes, por haverdes visto nisso um meio de progredirdes, e Deus o permitiu.[3]
Desse modo, que possamos,
usando de nossa vigilância, vencer as provas escolhidas e superar, com resignação,
as expiações necessárias que escolhemos pelos nossos atos passados, pela ignorância
da vida futura. Tudo isso, com a crença de, apesar de termos escolhido conscientemente
ou não, e por esquecermos as vidas passadas ao reencarnar[4], não
somos largados a própria sorte. Temos nosso Anjo da Guarda e Espíritos
Familiares[5] que
nos assistem.
Que Deus nos ajude.
Domício.
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